Se o Brasil é considerado um dos países com maior atividade empreendedora – 13% da força de trabalho está gerenciando negócios com menos de quatro anos, segundo uma pesquisa internacional – e as redes de franquias crescem ao ritmo de 10% ao ano, nada mais natural que concluir que o sistema de franqueamento se tornou um dos principais caminhos de quem se arrisca como empreendedor. Uma boa razão para explicar o fenômeno é a taxa de sucesso obtida pelos franqueados. Enquanto 60% dos novos negócios morrem nos quatro primeiros anos de vida, estima-se que no ramo específico das franquias só 7% dos investimentos vão à falência tão precocemente. Isso resulta de um amadurecimento tanto do sistema quanto das empresas que oferecem franquias – assim como dos franqueados. Nos anos 90, as franquias foram uma febre nacional que deu à luz dezenas de marcas novas e também traumatizou muitos marinheiros de primeira viagem. Hoje, esse tipo de negócio envolve 800 redes em todo o país, com 59 000 unidades franqueadas, responsáveis por um total de 530 000 empregos.
As oportunidades surgem a todo momento. Recentemente, por exemplo, a AmBev adotou a franquia de quiosques de chope (veja quadro). A rede americana de restaurantes Applebee's busca parceiros no Brasil. A inglesa ERA, especializada em redução de custos operacionais para empresas, chegou ao país neste ano e já tem oito franqueados. "O Brasil é um ninho de oportunidades", garante Fernando Macedo, diretor executivo da ERA no país.
Este Guia ajuda o eventual candidato a franqueado a fazer uma primeira aferição de seu potencial. O questionário ao lado, elaborado com a assistência do Grupo Cherto, especialista em franqueamento, e da Associação Brasileira de Franchising, é útil como primeiro instrumento de avaliação de quem deseja abrir um estabelecimento franqueado. Vale notar que ele, de forma genérica, também se aplica a eventuais empreendedores que pretendam assumir sozinhos todos os riscos de um novo negócio.
PRÓS E CONTRAS
A FAVOR
• O know-how da franqueadora reduz os riscos. Ela orienta e treina o franqueado no atendimento, no gerenciamento de contas e na contratação de pessoas.
• O processo de abertura de uma franquia é menos burocrático que o de uma empresa comum e conta com o apoio da franqueadora. Os custos de instalação também são menores e mais previsíveis. O franqueado tem direito ao marketing da marca de sua empresa. Obtêm-se melhores preços de insumos, graças ao poder de negociação da franqueadora.
CONTRA
• Fazer parte de uma rede restringe a liberdade. Devem-se cumprir as regras exigidas pela franqueadora. A iniciativa individual limita-se a detalhes.
• Há restrições legais para a venda ou a transferência do negócio a qualquer interessado. O franqueador é quem deve aprovar o adquirente. Da mesma forma, o franqueado não pode transferir a franquia a seus herdeiros sem a aprovação do franqueador.
Fonte: Revista Veja - 19 de outubro de 2005